O roubo do direito de ser criança
Preparar
bem as crianças de agora implica, de maneira lógica, em ter uma sociedade
melhor no futuro. É pensar o porquê atualmente, diante de grandes índices de
violência, tantos menores de idade estão nessas estatísticas. Nessa perspectiva, é pensar que essa criança,
esperança do futuro, vê-se numa encruzilhada vital tão cedo: trabalha, pratica
crimes ou morre.
Segundo
dados da Organização Internacional do Trabalho, o Brasil tinha 4,6 milhões de
trabalhadores com idade entre 10 e 17 anos, e 3 milhões com idade inferior a 14.
Segundo esses dados, 56,63% nada recebem
por seu trabalho. Eis o roubo do direito de ser criança. Retiram-lhe, de
maneira violenta, esse direito tão essencial comprometendo os fatores
biológicos, psicológicos, intelectuais e morais, numa fase de extrema
importância da vida.
Ao
invés de carrinhos, bonecas, brinquedos, uma enxada. Já que, pais, que
talvez quisessem educar, precisam ensinar o trabalho. Note bem a diferença
entre educar e ensinar. Falta dinheiro para comprar comida, roupa, bonecas,
carrinhos. Alguns, talvez munidos de sua educação mais privilegiada, hão de
pensar que não configura motivo para a delinquência o fato de trabalhar desde
cedo, afinal o trabalho é dignificante.
O trabalho
é digno quando é exercido de forma digna. Porém, não existe dignidade
sem educação de qualidade e, não há dignidade em crianças de 10 anos
trabalhando em meios insalubres, perigosos, em jornadas diárias superiores a 12
horas. Assim como, não há filhos de
médicos, advogados, empresários trabalhando assim.
Se fosse digno, portanto todos, desde a infância assim trabalhariam. Crianças devem ser
crianças. Esse tipo de trabalho não pode nem deve ser alternativa aos menores
de idade porque marginaliza, tira deles um direito essencial de maneira tão
violenta quanto àqueles que com uma arma roubam dez reais. Por isso, a importância da máxima de Rui Barbosa: “Aos iguais, tratamento
igual; aos desiguais, tratamento desigual”.
JOSÉ ANTÔNIO MIGUEL é estudante
de Direito na Universidade Estadual de Londrina Texto retirado do jornal Folha
de Londrina de 13/10/2007
O que as cores acima representam:
Introdução
Tese
Conectivos
Argumentos
Estratégias argumentativas
Retomada
da Tese
Crítica ao problema
Retomada do tema
A estrutura do artigo de opinião
Introdução
Introdução
- Contextualização e/ou apresentação da questão que está sendo discutida.
- Explicitação do posicionamento assumido.
Desenvolvimento
- Utilização de argumentos para sustentar a posição assumida. = Fatos
- Estratégias argumentativas = antecipação de possíveis argumentos contrários à posição assumida = Utilização de argumentos que refutam a posição contrária.
Conclusão
Clique aqui e conheça nosso curso para o Vestibular UFU 2018
- Ênfase ou retomada da tese ou posicionamento defendido.
- Crítica ao problema apresentado ou sugestões de solução.
- Retomada do tema .
Para analisar o seu artigo tenha sempre as seguintes questões em mente:
O contexto de produção do artigo de opinião
Todo texto é
produzido em um contexto de produção, pois quem escreve, o faz pensando em
certos elementos que interferem no sentido: existe uma intenção do autor ao
escrever, e essa intenção está direcionada a quem vai ler o seu texto.
O autor também
se atém a um determinado tempo e lugar, a divulgação é feita em determinado
veículo: jornal, revista, rádio, televisão. Esses são elementos que criam um elo
entre autor e leitor.
O produtor de
um artigo de opinião busca construir para os leitores uma imagem de si mesmo,
mostrando seus conhecimentos e autoridade (MÁSCARA) sobre o tema tratado,
através da razão e da lógica, sustentando sua posição.
Geralmente,
quem lê o artigo de opinião é alguém que de alguma forma se interessa por
questões polêmicas, ou porque está sendo afetado pela questão em si, ou porque
se interessa por assuntos que envolvem a sociedade.
A sua leitura
é restrita a uma elite sociocultural que tem acesso aos meios de circulação. A
circulação do artigo de opinião ocorre em jornais e revistas impressos ou
on-line, rádio e televisão. E tem o objetivo de influenciar o posicionamento
dos leitores/ouvintes em relação a uma questão controversa.
Leia o artigo
com atenção e encontre os elementos do contexto de produção:
- Autor do texto e seu papel social: Nesse caso, essa será a máscara usada por você, para adquirir autoridade na discussão do tema.
- Os interlocutores e representação social: Para quem o artigo foi escrito? A quem interessa a leitura?
- Finalidade ou objetivo:
- Época e meio de circulação:
- O papel social assumido influencia no posicionamento do autor? De que forma?
- Qual o posicionamento do autor sobre o tema abordado? Qual a tese para a qual se propõe discussão?
- Os argumentos utilizados são convincentes? Porque?
A importância dos organizadores textuais e
aspectos
linguísticos
Nenhum discurso é neutro, por
mais que se tente ser objetivo. Todo discurso é carregado de intenções, que são
reconhecidas pelas marcas linguísticas presentes nos enunciados. Essas marcas
são resultantes da escolha das palavras que compõem o enunciado, produzem
efeitos de sentidos e por isso são elementos relevantes na exposição de
argumentos.
Quando escrevemos um texto,
devemos organizar nossas idéias de maneira que se tenha uma sequência, uma
conexão entre as partes, formando um sentido geral no texto. A escolha de
certas palavras não é por acaso.
As conjunções, que também são
conhecidas como conectivos, fazem esse papel de conectar, num texto escrito, as
partes entre si. Introduzir um argumento, acrescentar argumentos novos, indicar
oposição a uma afirmação anterior, concluir, estas são algumas das funções dos
conectivos.
Cada articulista, assim como
os escritores de outros gêneros, procura manter um estilo próprio ao escrever
seus textos.
Ao observar diferentes artigos
de diferentes autores, podemos notar que existem características particulares
em cada texto. Além dos recursos coesivos, a construção do discurso, quase
sempre em terceira pessoa, o uso de alguns tempos verbais e advérbios, os
questionamentos, as hipérboles, as palavras enfatizadoras são alguns exemplos
das marcas linguísticas do autor presentes no texto. Tais marcas indicam a
intencionalidade do autor.
O uso de conjunções adversativas (porém,
todavia, no entanto, entretanto, mas, contudo), por exemplo, indica uma opinião
diferente de outra explicitada anteriormente.
Outro exemplo é o uso dos
modalizadores, que são “todos os elementos linguísticos diretamente ligados à
de produção do enunciado e que funcionam como indicadores das intenções,
sentimentos e atitudes do locutor com relação ao seu discurso”, explica Koch
(1996). São palavras e expressões como: podemos, tendemos, acredita-se,
desejamos, prometo (formas verbais); tenho certeza de que, é possível que, é
provável que, é lamentável que, (orações subordinadas substantivas); realmente,
felizmente, lamentavelmente (advérbios).
ou ligue: (34) 9 9149 2401 (Whatsapp)
Clique e veja uma proposta de artigo de opinião. Aqui!
Clique e veja uma proposta de artigo de opinião. Aqui!
Fátima Oliveira
Mestre em educação. Especialista em literatura, retórica, argumentação e PNL. Graduada em Letras, Pedagogia e Normal superior. Professora de redação em cursinhos pré vestibulares em cidades como São Paulo e Rio de janeiro. Fundadora e idealizadora da Escola Palavra Perfeita. Ministra treinamentos em empresas como Vale card, Bradesco, Unimed, Grupo Zaffari e outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário